terça-feira, 28 de outubro de 2008

Malfazeja boca


Ó! Vil e grosseira criatura.
Por que tanto mal sobre mim deita,
E cada palavra a mim feita
Nasce tão sarcástica e tão dura?

Por que tudo que de mim futura
É vil? (até do sorrir suspeita.)
Por que nem um elogio aceita,
E um bom dia é falsidade pura?

Mas, falso é como se coloca,
Pondo maldizeres em tua boca,
Por medo de se auto-atraiçoar,

Aí, soltas tua língua maldizeja,
Prendes essa boca malfazeja,
Que de tão malfazeja, quer-me beijar.

1 comentários:

Monne Valois disse...

A musa inspiradora deve estararrependida agora!
Vc tem o dom de derramar a alma sobre o papel!