segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Gado de corte


Na relva impalatável de campos floridos
Reinam vorazes n'um ritmo constante,
Quadrúpedes atrozes, ociosos ruminantes;
De tristes ancas e lombos feridos.

Ornam-se de pele e altivo tamanco,
Acenam com o rabo ao sabor do vento.
Quisera ver cores por um momento.
Tremula, porém, a vida em preto-e-branco.

Mas... de súbito surge seu sedento algoz,
A lâmina fria em seu dorso arde,
Um surdo som sufoca-lhe a voz.

Esmorece dormente sem muito alarde.
Fera que outrora pensava-se feroz,
Pilharam e privaram-lhe a própria carne.

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