terça-feira, 28 de outubro de 2008

Só Cego


Ainda que tentasse descrever
Teu alvo brilho e tal majestade,
Como conseguiria assim fazer,
E dizer tudo já dito? É tarde.
Tarde por o maior elogio ser
Minúsculo frente a tua beldade.
Como ter um pouco de sossego?
Com tão sedentos olhos... Só cego!

Pois bem, começo com teu cabelo,
Cuja cor faz-se lunar e solar,
Cujos fios são de seda novelo
Do mais macio que já pude tocar;
E, por bem deste mal te revelo
(Sem nenhum pudor em comunicar)
Que te vejo vir e não sossego.
Não me apaixonar por ti... Só cego!

Um dia passeava distraído,
Senti um adocicado cheiro,
Desses que não vai despercebido,
Desses que, como dardo certeiro
Incita em animais a libido.
Perdido; fiquei sem paradeiro.
Riu-se por ver meu desassossego,
Mas, como não me perder... Só cego!

Quando rememoro teu sorriso
Alvo, tal qual adornos d’opala,
Cândida visão do paraíso
Que me faz a cada dia buscá-la,
Com meu raciocínio impreciso
E boca que balbucia, não fala
Uma palavra que exprima sossego.
Sendo assim: só morto! Não só cego...

3 comentários:

Tâmara Rios disse...

Amei, muito linda! =D

Monne Valois disse...

Simplismente P-E-R-F-E-I-T-O!!!!!!!!

Borboleta Bella!!! disse...

nossa,perfeito!!!tem uma frase que diz que:Deus da o Dom,e ele te deu um dom muito precioso...parabéns!