sábado, 4 de outubro de 2008

Aprisionado


Podia viver sussurrando,
podando os frutos da própria voz,
catando expressões de silêncio,
chiados ríspidos semeados por nós.

Poderia andar como o vento
e cair qual neblina espessa,
e, como a foice assolavanca rasante,
me abaixo ou perco a cabeça.

Porém não posso me conter...
e Grito, ah, eu Grito com todo o meu pulmão.
e se te irrito repito
o mesmo grito que te fez estremecer.

e me diga que incomodo
que te digo: e Daí?
te dou dez segundos de silêncio, e...
de novo Grito p'ra te aturdir.

Até que um belo dia
soltes um esbaforido palavrão,
então eu Grito na tua cara
te deixo sem fala e te jogo no chão.

Mas aí te levanta
e Grita... e Cospe na minha boca aberta,
vê meu olho arregalado...
Grita!... e com um grito...
se liberta.

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