Um feixe de luz invade a barraca,
Silêncio ressalta o gorjeio d’aves,
Assombrosos grunhidos ditam graves,
Gralha, coruja, hiena, matraca.
Do alçapão celeste o sol tem as chaves,
Penetra a vista como ardente faca,
E o peso da vitalícia ressaca
É só mais um desses mortais entraves.
Me enjoa o cheiro de terra molhada,
A mesma ânsia de restos fecais,
E p’ra aumentar a minha frustração
Belos pássaros partem em revoada,
Mas não há no mundo o que me doa mais
Do que esse lindo dia de verão.
sábado, 1 de novembro de 2008
Pessimismo
Postado por Maranhão Moreira às 18:21
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário