Ontem, ao passar por um descampado
Avistei uma flor tremendo e fria.
Não derramasse nela a luz do dia,
Seu coração seria já gelado,
Perguntei o que a tinha incomodado
Tanto que no descampado a fazia
Chorar o orvalho em mais pura agonia
Como nunca havia flor então chorado.
E me disse, ao morrer, em aflição:
“Como vive... uma flor... em seco... chão?”...
Correndo a abracei com seus espinhos...
Machucado, agarrei seu corpo langue
E molhei com lágrimas e com sangue
Aqueles secos, sofridos pezinhos.
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