segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A flor



Ontem, ao passar por um descampado
Avistei uma flor tremendo e fria.
Não derramasse nela a luz do dia,
Seu coração seria já gelado,

Perguntei o que a tinha incomodado
Tanto que no descampado a fazia
Chorar o orvalho em mais pura agonia
Como nunca havia flor então chorado.

E me disse, ao morrer, em aflição:
“Como vive... uma flor... em seco... chão?”...
Correndo a abracei com seus espinhos...

Machucado, agarrei seu corpo langue
E molhei com lágrimas e com sangue
Aqueles secos, sofridos pezinhos.


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