Eu, a chuva fria, pequenina e fina,
Caio dançando do céu gris, nublado;
Me espalha, tua mão fina e pequenina,
Ri com meu canto doce no telhado.
Minha mera presença já amofina
Esse dia ensolarado, enfadado;
Trago à tona a infância da menina
Ébria pelo cheiro de chão molhado.
Faço tudo e te cobro muito pouco.
Varro a rua, que tu passas, como louco!
Soberba, deslizas indiferente...
Aviltada não vês tanto que faço.
Dando as costas, me negas quente abraço,
Só porque molho os campos doutra gente.
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