Fausto prazer
fecundo, universal,
Desvela da vida: esse vil arcano.
No homem exculpe feições de animal
Ou dão às bestas a guisa de
humano?
Faz casa no viver néscio, profano;
Em uns é a semente de todo o mal,
Um ignóbil, pecado primordial,
N’outros: raro bem, ditoso decano.
O prazer é fogo e também é vento,
Ressoa eternamente num momento
Etéreo – Tudo avulta e tudo
acalma.
Faz-se um regalo em meio à aflição;
É um dom e uma hedionda maldição;
Pode a vida dar, ou ceifar a alma.
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