quarta-feira, 1 de abril de 2009

Negra chuva ( Ódio )


Vem, maldita.
Cai, maldita.
Despenca, maldita.
gotas enegrecidas de um céu cinza
chegam ao solo
espalhando outras
milhares de gotas.
faz uma pequena cratera.
cai outra, e outra após outra.
quem assim te fez?
quem te lança?
quem te colhe?
quem te escolhe?
Vem, maldita,
cai e me molha,
me esfria a pele,
me congela o sangue.
Cai, maldita,
me inunda com tua fome,
com tua cólera me consome.
Despenca, maldita
nos meus olhos
que já não olho com os mesmos olhos.
Vem e tinge de preto
O céu do meu rosto pálido,
a minha mente.
Cai e toma conta da minha boca,
minhas narinas, minhas orelhas.
pois, minha vontade perante ti
nunca, - mas nunca mais -
cairá de joelhos.


0 comentários: