segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Voa! Voa grandiosa...



Se um animal eu devesse pintar-te,
Estamparias tu lustroso estandarte;
Pintar-te-ia qual um'ave selvagem;
Pintar-te-ia uma águia ou condor
Na esperança de captar o esplendor
Que só emana da tua áurea imagem.

Tu estarias livre no céu planando
Por sobre as nuvens de chuva até quando
Dissipassem-se e o sol morno surgisse
E pudesses descer p'ra contemplar
Colinas, montes e vales e o mar,
E tudo que a tua visão permitisse.

O esboço da asa, d'um anjo seria,
O bico d'um grifo ou d'uma harpia
Figurariam bem em teu retrato,
Os olhos brilhantes qual labaredas
Escrutinando abaixo as veredas;
Libertando do peito o grito hiato.

Desenharia-te sempre nos céus
O mais próximo possível de Deus,
Voando na alvorada fria e calma.
Voa! Voa grandiosa ave em pluma amarela,
Não deixes que o toque desta aquarela
Exalte a beleza e manche tua alma.

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