quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Senhor?



Em meio ao chiqueiro fétido de sangue coagulado
Pereço, embora lute com o peito cortado.
Entrego-me à fadiga, ao senhor da guerra.
Entre espinhosa grade meu sisudo ser s'encerra.

Um clamor abraça aquele bravo senhor guerreiro,
Sua pilhagem humana amontanhada no terreiro.
Mas, n'uma noite escura d'estéricos gritos.
A correria d'homens, mulheres, crianças aflitos.

A chuva mistura-se com o sangue daquela chacina.
Defendendo seu povo daquela irada carnificina,
O grande guerreiro luta de peito exposto.

Por fim, no primeiro raio de sol d'alvorada,
Olhou-me no olho com as mãos também atadas;
Vi uma lágrima escorrer-lhe do áspero rosto.

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