segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Humano


Meu coração tem asas
que não podem voar.
meu coração é casa
que não se pode habitar.

Meu coração tem batidas
que não posso ouvir.
meu coração tem feridas
que não consigo sentir.

Meu coração é uma flor
que não se deve cheirar.
meu coração tem grande amor
mas não se permite amar.

Meu coração tem veneno
que mata a sede dos desavisados.
meu coração é pequeno
com um universo num canto guardado.

Meu coração é um músculo
frio e duro como aço.
em meu coração um crepúsculo
com dois sois e cores em pedaços

Meu coração é alma nua
em dias de apocalipse.
meu coração e como a lua
à espera de um sol em eclipse.

Meu coração, enfim, é infante,
é velho, é vagabundo,
é um furacão errante
a vagar por todo o mundo.
é muito, é tudo, é nada,
é uma vida repassada num segundo.
é a busca de uma imagem rebuscada,
é a alegria exaltada
de um amor que dói lá no fundo.

1 comentários:

Borboleta Bella!!! disse...

Nossa,caramba que poema lindo,eu acho que esse eu ja conhecia,mais num tive tempo como agora de lê com calma...perfeito!!!