terça-feira, 19 de outubro de 2010

Penosos ais


Hoje sou metade do que era antes;
Uma nuvem ofusca o clarão do riso,
Rio apenas porque rir é preciso,
Mas me afogo em soluços sufocantes.

No peito, penosos ais incessantes
Ecoam no chão magmático em que piso.
Aos prantos, um insano riso, impreciso
Deforma minhas feições já minguantes.

Sobrevivo choroso pelos cantos
Escuros, buracos-negros da vida.
Anseio a paz melódica dos cantos,

Acalantos de uma lira esquecida.
Me observa, por uma fresta, aos prantos,
A felicidade... há tanto perdida.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi não esqueci de vc, até te mandei um recado no "orgut", saudade de vc meu amor, sempre passo por aqui pra te "ouvir" um pouco, beijos se cuida.
Ah! Sim, o soneto tá sua cara.
Beijos...

Kari disse...

Nuss adorei este! É tão triste e tão belo... beijOOOOO

Nuriko disse...

Aparentemente desesperançoso, mas não desfeito em pedaços.