quarta-feira, 26 de março de 2014

Via-crúcis


Por que caminho esta estrada sinuosa
Cheia de outros andarilhos perdidos?
Eu e muitos, aos trancos, conduzidos –
Débil – por esta multidão odiosa.

Deus!... Por que ando esta via pedregosa
De desilusão... De sonhos sofridos?
Em carne viva, os pés já doloridos.
Gemo sem saber de dor ou quem goza.

Irrompo em avalanche aos tropeções...
Em terror tento conter a descida.
Num estrondo estrido qual trovões

Me arrasta bruta a horda enlouquecida...
Caio... logo sou erguido aos puxões...
De joelhos, sigo a via-crúcis que é a vida.