sábado, 27 de julho de 2013

Gênese


Rasgamos dos corpos, almas... aos imos,
Pois cismamos toda a vida por vê-lo.
Loucos, sonhamos um dia compreendê-lo.
Quem é esse bicho que nunca vimos?

Bicho arteiro, um artista, graxo limo,
Ébrio pirilampeante; fugaz elo.
Mesmo preso neste constante duelo,
Transfigura de força em desarrimo.

Ser tão diverso, mas no cerne um só
Da mesma gênese do ser humano:
De repente surge e de repente mingua.

Indo e vindo do universo... do pó,
Sagrado ser, libertador, profano,
Eterno e fugaz. Esse é o bicho-língua.