quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Os beijos que te dei


Os beijos que te dei me consumiram;
Queimaram-me o lábio antes gelado,
Deixando a sensação, quando partiram,
De nunca, em vida, haver outrem beijado.

Os beijos que te dei a mim despiram;
Teu ardor me largou petrificado.
Hoje, troço meu, meus olhos suspiram
Por qualquer chance de estar ao teu lado.

Em ti, qual gelo ao fogo derreti.
Pois eu, sem forças p’ra fugir de ti,
Liquefiz-me ao toque da tua palma.

Porém, musa de caprichos letais,
Não furtaste de mim somente os “ais”,
Usurpaste pedaços da minh’alma.

domingo, 12 de setembro de 2010

Qual anjo dormias


No escuro do quarto, enquanto dormias,
Penso se é real este sonho lindo
E, em meus tolos devaneiros, me findo
Esperançoso que dure mais dias.

Tua silhueta faz quente as noites frias;
perdida em ti minha mente vai indo,
E me percebo como bobo rindo
Que, qual anjo, ao meu lado tu jazias.

Penso se desta feita será tarde;
sem ti?! só em pensar meu rosto já arde;
Te ter agora ainda me é consolo.

Miro teu rosto e, de novo, rio,
pois só me larga este torpe vazio
se, na penúmbra, recosto em teu colo.