domingo, 4 de julho de 2010

O filho morto



Arrasta mulher, tua cria ao teu colo;
Derrama esta chuva negra em teu olho;
Molha a fronte do teu langue pimpolho;
Atira ao inferno qualquer consolo.

Espanta a morte por tamanho dolo;
Tange esta bilontra... Este trambolho
Que ceifa pueris almas molho a molho
E, Cruel, reclama tão amargo imolo.

Grita mulher, pois o abutre a rodeia;
Gane, grune, rosna, morde, golpeia;
Execra a odiosa encarnação de Caim.

Mesmo que, em teu vão desespero violento,
Prema com toda força o teu rebento.
Vê que é de ti levado mesmo assim.