sábado, 6 de junho de 2009

A Caçada


Corre ele, com braços espaçosos a largos passos;
De tempos em tempos volta o disforme crânio;
Tento fisgá-lo antes que a densa floresta ganhe-o
Ou um caçador insensato faça-o em pedaços.

Não tiro o olho da estúpida anca desajeitada;
As orelhas acenam como encardido abano;
Como pagão surpreendido em pleno ato profano,
Vejo o pavor despontar na sua cara deformada.

Puxo do cinto meu velho e bom amigo – o laço;
Mesmo com o eqüino saltitante a mira faço;
Lanço... tendo do pé o nó escorregado.

E novamente lanço, porém, c’uma idéia melhor;
Sobre os ouvidos, os olhos e na nuca o nó;
Fica estático e sereno... Mesmo capturado.